quarta-feira, 20 de maio de 2009

VidaQueSeTem

Eu tentei, eu juro que tentei, alcançar a beleza de PrintWriter, ter cuidado com a eficiência dos algoritmos, entender a grandeza de um bit e a enormidade de um byte; mas confesso, não fui capaz.
Perdi horas, dias, anos, pedaços de alma, pedaços de orgulho, e não fui capaz.
E hoje, recuando dois anos, vejo o erro que cometi, e a amargura que ele hoje me provoca. Eu não queria ser um Saramago, um Pessoa, uma Espanca, só queria "perder" a minha vida a amar o que amo; não a tentar entender o que um dia espero amar.
É nestas alturas que o medo me assalta, o medo de chegar ao fim, ao derradeiro suspiro, e ter apenas sobrevivido; querendo apenas ter vivido.
Só queria não saber ler nem escrever, para assim não ser capaz de tudo isto amar.

Peço desculpa por ser uma desilusão, simplesmente não sou capaz, não fui capaz.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

“O que mais gostei”

Quando ao pé do meu Anjo chegar;

e quando ele me perguntar,

o que eu mais gostei na vida…

Direi que foi de ti,

de te poder olhar,

de te poder tocar,

de te poder falar,

mas acima de tudo,

te poder ouvir,

e ao som da tua voz sorrir…

domingo, 23 de novembro de 2008

De que serve?

De que servem as promessas,

Quando o mundo já não gira?

De que serve um sorriso,

Numa alma vazia?

 

De que serve um brilho no olhar,

Se não há ninguém com quem o partilhar?

De que serve viver,

Quando o que ganhamos,

É um eterno sofrer?

Última oportunidade


E no desespero

No desespero de viver

Tentou voar uma vez mais;

De asas partidas

-já ninguém acredita -

Tentou voar a derradeira vez

De olhos no horizonte,

Conseguiu,

No eterno mar da saudade

Nesse mar se afundou.

No seu último suspiro,

No seu último pestanejar,

Apenas pediu

“Não te esqueças

Não deixes que te façam esquecer”

E as suas asas não mais bateram.

Imóveis,

Imóveis estarão

Imóveis ficaram,

Até que ela,

Que ela no seu último suspiro,

No primeiro final momento,

Olhe

Olhos nos olhos

E diga,

“Finalmente”.

Ai, desprovida de grilhões terrenos,

Depois do sangue dela

Na veia que o alimenta parar

Ela sorrirá,

Ele finalmente voará.

Nesse momento apenas tinta,

Tinta e memória,

Memória e esperança

Deixará de ser

Sonho nunca mais.

Será livre

Voará,

Perto dela.

O Anjo dela.