domingo, 23 de novembro de 2008

Última oportunidade


E no desespero

No desespero de viver

Tentou voar uma vez mais;

De asas partidas

-já ninguém acredita -

Tentou voar a derradeira vez

De olhos no horizonte,

Conseguiu,

No eterno mar da saudade

Nesse mar se afundou.

No seu último suspiro,

No seu último pestanejar,

Apenas pediu

“Não te esqueças

Não deixes que te façam esquecer”

E as suas asas não mais bateram.

Imóveis,

Imóveis estarão

Imóveis ficaram,

Até que ela,

Que ela no seu último suspiro,

No primeiro final momento,

Olhe

Olhos nos olhos

E diga,

“Finalmente”.

Ai, desprovida de grilhões terrenos,

Depois do sangue dela

Na veia que o alimenta parar

Ela sorrirá,

Ele finalmente voará.

Nesse momento apenas tinta,

Tinta e memória,

Memória e esperança

Deixará de ser

Sonho nunca mais.

Será livre

Voará,

Perto dela.

O Anjo dela.

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